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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Faça o tsunami da saudade virar um lago plácido

Meu pai querido:
Lembra quando eu tinha uns 7 anos, morava com a mamãe na Caetés e você me dava uns perdidos? Prometia me buscar, no dia marcado eu esperava "igual criança", e você evaporava... A mamãe respirava e, sem a menor ideia de onde você estava, mentia, claro: "Seu pai ligou, explicou que teve que viajar e volta daqui a uns dias. Logo ele vem te buscar, filha". Numa dessas, adoeci. Fiquei de cama. Daí, numa tarde fria, a mamãe fora, trabalhando, você surgiu "do nada" e ainda me trouxe um presente (caro, aliás, para as suas condições naquela época). Lembro que ao te ver sorrindo e leve-levíssimo (flutuante como sempre) eu levantei bem disposta na hora! E ao abrir o presente... Abre-te Sésamo! Eu fiquei hipnotizada com aquelas pedrinhas. Então você disse no meu ouvido: "São as pedras preciosas de um rei árabe, um sheik". Uns 25 anos depois, fui fazer dança do ventre e só nesta tarde tive o insight de onde fui buscar essa atividade física ancestral. Foi desse dia da minha infância. Mas o presente que realmente me tirou da cama naquele dia é o amor que podemos sentir um pelo outro. Qualquer ser humano é capaz. Esse amor que um ser humano pode sentir pelo outro é o que ajuda a transformar o tsunami da saudade num lago plácido. Para toda a eternidade. Amemos, então.

Na foto acima, o jogo da Estrela, Abre-te Sésamo!. Na foto abaixo, as pedrinhas coloridas hipnotizantes....

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