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sábado, 18 de abril de 2015

Plantei meu pai no jardim

PAI

O desenho 
da risca de giz
eu fiz

no solo sagrado
do assoalho
deitei

ajoelhei meu coração
no chão
só para ouvir

o silêncio das batidas
me aplaudiu
senti o fiapo

do corpo do meu pai
que caiu ali
no chão, infarto

Então plantei meu pai
nos jardins
do Morumbi

onde nunca mais voltei
porque me escondi
do peso pesado

que afugenta a gente
que alimenta a dor
que provoca o desamor

fugi correndo sem vento
nem para trás eu olhei
para ninguém

Além de mim, 
mais ninguém
sozinha como nasci e cresci.

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